Cartaz do filme: “Deus e o diabo na terra do sol”, do diretor Glauber Rocha (1964). Foto: Internet.

A palestra “Cinema novo: Historiografia e memórias para um presente em crise” ocorreu nesta terça-feira (25), para a turma do Mestrado em Letras, como parte da disciplina Memórias e Regionalismo, ministrada pela professora Drª Lilian Castelo Branco de Lima.

Gênero cinematográfico exclusivamente brasileiro, o Cinema Novo se estabeleceu na segunda metade do século XX. Contrariando o que era exibido no Brasil à época, o Cinema Novo provocava reflexões, com cenários simples, sempre retratando um contexto mais próximo do cotidiano social do país, com histórias de luta e desigualdades.

O palestrante convidado foi o prof. Dr. John Fletcher Couston Júnior (FAV/ UFPA), membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), que explanou a história do Cinema Novo com suas memórias, desde sua origem até o cenário atual.

Para o mestrando Antonio Ismael Lopes de Sousa foi fundamental a abordagem feita pelo palestrante. “O professor John Fletcher abordou a trajetória histórica do Cinema Novo em uma perspectiva  sincrônica e diacrônica, desde sua origem, perpassando pelo Golpe Militar de 1964 até os anos 70. Merece destaque o caráter engajado que esse movimento da Sétima Arte assumiu, pois o Cinema Novo foi marcado por seu caráter de resistência, de denúncia e de luta contras as desigualdades sociais e os desmandos políticos da época”.

Ismael falou ainda sobre a importância da palestra na atualidade. “O assunto se faz importante pelo seu caráter atemporal frente aos movimentos cíclicos da nossa história. Ou seja, as mesmas práticas de desmandos políticos se repetindo e a arte, resistente, denunciando. Um exemplo disso é o filme brasileiro Bacurau, do diretor Kleber Mendonça Filho”.

Desde o retorno das atividades do Mestrado em Letras, a coordenação tem introduzido iniciativas para aulas remotas mais dinâmicas e elaborado um intercâmbio permanente entre diversas universidades para realização de palestras com participações de vários professores do Brasil.

O coordenador, professor Dr. Gilberto Freire de Santana falou sobre as mudanças nas atividades do curso em tempos de pandemia. “As palestras, além de possibilitarem aos alunos do Mestrado, contato com outras instituições, a quarentena fez com isso acontecesse. De certa forma, também modificou a nossa lida, por que antes, para trazermos um convidado era muito complicado, dados os recursos e agora essa questão remonta já simplificou o processo e já é parte essencial para a universidade e o Mestrado”, finalizou.