Com um total de 19 páginas, o e-book contém 64 cartas que podem ser acessadas gratuitamente. Foto: Ascom/UEMASUL.

Com o objetivo de evidenciar palavras da língua portuguesa que têm origem no Tupi, o Centro de Pesquisa em Arqueologia e História Timbira (CPAHT), lançou por meio da Editora UEMASUL, o e-book “Tupi na ponta da língua: proposta de jogo didático voltado para escolas de ensino fundamental – anos iniciais, com foco na valorização das línguas indígenas”. O lançamento oficial acontecerá na VIII Semana Acadêmica de Pesquisa, Inovação e Extensão (SAPIENS), realizado de 24 a 27 de novembro de 2025. 

A chefe da divisão de Patrimônio histórico do museu CPAHT, Luciene Santana, explica a importância de abordar a diversidade indígena nos anos iniciais. “A inclusão de atividades sobre a diversidade indígena no ensino fundamental é essencial para formar crianças conscientes da riqueza cultural e linguística do Brasil. A cartilha é um excelente exemplo de como esse tema pode ser trabalhado de forma lúdica e acessível. Por meio de jogos, ilustrações e curiosidades sobre a língua e a cultura tupi, ela desperta o interesse dos alunos e cria um ambiente de aprendizado prazeroso e participativo”. 

Voltado para estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a cartilha está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) quatro, que trata sobre Educação de Qualidade e 18, que aborda Igualdade Étnico-racial, além de seguir as competências e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

“O jogo é uma forma de desenvolver tanto o cognitivo das crianças, como também a criatividade deles. É uma oportunidade para que elas aprendam a origem de palavras que conhecemos e agora sabemos que são dos povos originários, que muitas vezes utilizamos sem ter conhecimento da origem de cada uma delas”, explicou a coordenadora pedagógica da Escola Municipal Benedito Leite, Gleisiany Morais Dias.

Com um total de 19 páginas, o E-book traz 64 cartas que podem ser acessadas gratuitamente, ilustradas com palavras de origem tupi e seus significados. A proposta é que essas cartas sirvam como ponto de partida para atividades interativas em sala de aula, estimulando a escuta ativa, o pensamento crítico e o respeito aos povos originários. Além das cartas, o material conta com planos de atividades pedagógicas que ampliam as possibilidades de uso de conteúdos em sala de aula. 

Povos indígenas no Maranhão 

O Maranhão é o terceiro estado da região Nordeste com a maior população indígena, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE 2022). 57.214 pessoas que se autodeclaram indígenas, distribuídas em aproximadamente 700 aldeias. Toda essa diversidade dos povos originários pode ser percebida por meio de suas crenças, danças, artesanatos, rituais e diferentes línguas que permanecem vivas na região.

No Brasil, são faladas 274 línguas indígenas por 305 povos (IBGE 2022). A família linguística Tupi é a mais numerosa, com 47 línguas faladas. O Tupi antigo, também chamado de “língua geral”, foi amplamente falado no Brasil até 1757, quando foi proibido por ordens do marquês de Pombal. Ainda assim, ele sobrevive em palavras que usamos até hoje, da qual fazem parte muitos povos que habitam ou habitaram o território brasileiro – inclusive o Maranhão, como o povo Guajajara (Tenetehara), Awá-Guajá e os Ka’apor (Urubu-Kaapor).

Texto: Carolina Nascimento
Fotos: Ascom/UEMASUL
Assessoria de Comunicação/UEMASUL

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