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IV Seminário de Patrimônio Cultural dialoga sobre memória, cidade e resistência

O evento reuniu representantes do poder público municipal, estudantes, pesquisadores e superintendências estaduais.


Ascom UEMASUL

O seminário reafirmou a importância do patrimônio urbano como parte viva da identidade regional e ferramenta de resistência diante das transformações impostas pelo crescimento das cidades. Foto: Ascom/UEMASUL

Refletir sobre a cidade como espaço de memória, disputas e resistências foi o eixo central do IV Seminário de patrimônio cultural da região Tocantina do Maranhão, realizado de 23 a 26 de setembro pelo Centro de Pesquisa em Arqueologia e História Timbira  (CPAHT), da UEMASUL. Com o tema “Patrimônio urbano em foco: memória, cidade e resistência”, o encontro integrou a programação da 19ª Primavera dos Museus – “Museus e mudanças climáticas” e reuniu especialistas, gestores públicos, pesquisadores, estudantes e comunidades locais em torno de um desafio comum: pensar o patrimônio como parte essencial da vida urbana e da construção de futuros mais sustentáveis.

A abertura contou com representantes de órgãos de diferentes esferas, evidenciando a relevância pública do tema. A mesa foi composta pela reitora da UEMASUL, professora Luciléa Gonçalves, pela superintendente do Instituto Histórico e Artístico Nacional no Maranhão (IPHAN-MA), Lena Carolina Brandão, pelo superintendente de Patrimônio Cultural do Maranhão, Luis Eduardo Paim Longhi, além de gestores municipais de meio ambiente e planejamento urbano, parlamentares e representantes do Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz (IHGI).

A superintendente do IPHAN/MA, Lena Brandão, dialogou sobre ações de preservação e fortalecimento do patrimônio cultural. Foto: Ascom/UEMASUL

A conferência magna, ministrada por Lena Carolina Brandão, propôs uma reflexão sobre as tensões entre preservar, transformar e reutilizar o patrimônio urbano. A arquiteta destacou que os bens culturais não podem ser encarados como ruínas intocáveis, mas como elementos vivos, que precisam dialogar com as dinâmicas sociais contemporâneas. “O futuro é ancestral, se a gente não sabe da onde a gente veio, não sabemos para onde iremos. Eu convido vocês a pensarem esse patrimônio que vocês têm enquanto coletivo, enquanto imperatrizenses, enquanto povo da região Tocantina. Nós do IPHAN estamos abertos para que possamos discutir, ajudar, fazer acordos de cooperação técnica e usar instrumentos que já temos validados para construir juntos”.

A programação contou com mesas de discussão reunindo nomes de destaque como Lília Diniz (Casa das Artes), e os professores Regina Célia (CEDOM/UEMASUL), Roseane Pinheiro (IHGI), Rogério Veras (UFMA) e Ana Karolyne Santos (CPAHT/UEMASUL). Os debates evidenciaram que o patrimônio de Imperatriz vai além das edificações: inclui práticas culturais, linguagens artísticas e memórias coletivas que precisam ser documentadas e preservadas.

Caminhadas patrimoniais

Um dos momentos simbólicos do seminário foi a Oficina diagnóstica do patrimônio arquitetônico e paisagístico de Imperatriz, sob a condução das professoras Danielly Morais Rocha Marques (CPAHT/UEMASUL) e Letícia Souza da Silva (Universidade Ceuma), possibilitando um olhar crítico sobre o centro urbano, permitindo identificar potenciais de preservação e também riscos de descaracterização.

“Propomos um exercício coletivo de reconhecimento e identificação do patrimônio arquitetônico e paisagístico da nossa cidade. Além disso, identificamos os principais riscos e propomos medidas de conservação, preservação, uso e reuso desses espaços. ” Relembrou Danielly Marques.

A programação também abriu espaço para que diferentes comunidades urbanas e tradicionais narrassem suas vivências em relação ao patrimônio. Lideranças de quebradeiras de coco babaçu, da comunidade indígena urbana, de terreiros e de associações de moradores relataram como os processos de expansão urbana, políticas de regularização fundiária e impactos ambientais têm transformado seus territórios e modos de vida.

O debate sobre políticas públicas e transformações urbanas contou com a participação do professor Ezequias Mesquita Lopes, do secretário de Meio Ambiente Eloy Ribeiro, do vereador Whallassy Oliveira Barros e do secretário de Regularização Fundiária Carlos Hermes Ferreira da Cruz, com mediação do Prof. Dr. Marcelo Francisco da Silva (UEMASUL). As discussões mostraram que os instrumentos de planejamento urbano e gestão ambiental ainda precisam avançar para integrar a preservação do patrimônio cultural às demandas por crescimento econômico e ordenamento territorial.

Mais do que uma troca de saberes, o evento deixou como legado a articulação entre universidade, poder público, comunidades e sociedade civil, fortalecendo redes de preservação e cuidado com a cidade. Para a reitora da UEMASUL, Luciléa Gonçalves, o encontro demonsta o compromisso institucional com a valorização cultural da região. “O patrimônio cultural de Imperatriz e da Região Tocantina é uma herança coletiva que precisa ser constantemente revisitada e valorizada. A UEMASUL tem seu papel de mediadora nesse processo, unindo pesquisa, ensino e extensão em prol de cidades mais conscientes, inclusivas e sustentáveis”, destacou.

Durante a solenidade de encerramento foi lançado o site oficial do Centro de Pesquisa em Arqueologia e História Timbira, o Museu CPAHT, que contara com os acervos Arqueológico, Etnológico e Educativo, além de projetos desenvolvidos pelo museu e endosso institucional. Como momento final do seminário, também foi lido o “Manifesto pelo patrimônio arquitetônico e paisagístico de Imperatriz Maranhão: memória, cidade e resistência”, que reuniu as principais reflexões e proposições do evento em um documento histórico, destinado a orientar futuras ações de preservação do patrimônio arquitetônico e paisagístico de Imperatriz.

 


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