Ações celebram cultura e ancestralidade dos povos originários
Com o tema “Vida em ritos: sentidos e vivências Timbira e Guajajara” a programação incluiu roda de conversa, oficina, contação de histórias e uma exposição com fotografias e objetos tradicionais.

O Maranhão é o terceiro estado do Nordeste com a maior população indígena, 57.214 pessoas que se autodeclaram indígenas, distribuídas em aproximadamente 700 aldeias. Foto: Ascom/UEMASUL.
Abril é um mês dedicado a reflexões e celebrações sobre as reais condições dos povos originários no Brasil. Em alusão ao Dia dos povos indígenas, celebrado dia 19 de abril, esse período é dedicado à visibilidade, valorização e fortalecimento das diferentes etnias existentes no país, além de reforçar a importância de suas lutas e conquistas.
Com o objetivo reconhecer a diversidade cultural dos povos Timbira e Guajajara, o Centro de Pesquisa, Arqueologia e História (CPAHT), da UEMASUL, intensificou durante o mês de abril, ações visando a conscientização e desconstrução de estereótipos, destacando também elementos que permeiam rituais desses povos dentro e fora da instituição.
Com o tema “Vida em ritos: sentidos e vivências Timbira e Guajajara” a programação incluiu roda de conversa, oficina, contação de histórias e uma exposição com fotografias e objetos tradicionais que proporcionaram uma imersão nos saberes e rituais importantes para esses povos: Festa do Ceveiro e Festa da Esteira, dos povos Timbira, e a Festa dos Rapazes e a Festa da Menina Moça, do povo Guajajara.
A coordenadora do Museu CPAHT, Danielly Morais destacou a importância das atividades desenvolvidas pela instituição durante e após esse período. “O Abril indígena é o mês que a gente reforça as ações que já acontecem no museu ao longo do ano. Além das visitas guiadas, temos atividades complementares, como a oficina que realizamos, que capacitou professores para que eles possam trabalhar esse tema para além de abril, de forma desconstruída, sem reforçar estereótipos criados historicamente sobre os indígenas”.

A programação teve o objetivo de celebrar os rituais e diversidade cultural dos povos Timbira e Guajajara. Foto: Ascom/UEMASUL.
Desde 2008, após a aprovação da Lei nº 11.645, o estudo sobre a história e cultura dos povos indígenas tornou-se obrigatório nas escolas de ensino Fundamental e Médio. A proposta da lei é valorizar e promover a diversidade cultural do país, reconhecendo a importância dos povos originários na formação histórica e cultural do Brasil.
A acadêmica do curso de Administração, Susana Guajajara, destacou a importância dos indígenas no ensino superior. “Nós, indígenas, existimos, resistimos e estamos em todos os espaços: nos territórios, das cidades, em congressos e universidades. Quando um indígena sai da aldeia, não deixamos de ser quem somos, sempre carregamos nossas raízes e valorizamos nossa cultura. Por isso reforço que os povos indígenas não devem ser lembrados apenas durante o abril indígena, e tratar sobre esse assunto no ambiente acadêmico fortalece o protagonismo indígena e promove uma educação que respeita nossa crença, cultura e vivências”.
Encerramento
Durante todo o mês de abril, a UEMASUL promoveu, por meio do museu CPAHT, com o intuito de reforçar a valorização e respeito dos saberes ancestrais dos povos originários e a importância dos rituais que marcam momentos importantes na vida desses povos.
A roda de conversa de encerramento, “Ritos e territórios: memória e identidade cultural dos povos indígenas” teve como convidados a indígena Guajajara, Judite Marizê Lopes da Terra Indígena Bacurizinho e Edilson Krikati, da Terra Indígena Krikati. Eles compartilharam suas experiências e ressaltaram a importância de promover debates sobre os povos indígenas na universidade.

As ações foram desenvolvidas visando a conscientização e desconstrução de estereótipos dentro e fora da universidade. Foto: Ascom/UEMASUL.
“É de grande importância falar sobre a realidade que estamos vivendo hoje, de onde a gente veio e o quanto avançamos, apesar de todos os problemas. Mas a gente não desiste, porque assim mostramos para os jovens que a luta é dessa forma. Nós, indígenas, avançamos não só na parte do conhecimento e cultura e conhecimento, mas avançamos também na política. Hoje temos uma grande política conhecida, que é a nossa Guajajara, Sônia. Isso é muito grandioso. Essa é uma das grandes representações que fazem a mudança da nossa história para os alunos também, porque assim eles têm uma visão ampla e diferente do passado”, enfatizou Judite.
Povos indígenas no Maranhão
De acordo com dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) 2022, o Nordeste é a segunda região do país com o maior número de indígenas, com 528.800 pessoas que se autodeclaram. O levantamento mostra que o Maranhão é o terceiro estado do Nordeste com a maior população indígena, com mais de 72% dos habitantes vivendo dentro de territórios indígenas.
De acordo com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), existem 20 territórios indígenas, sendo 17 destes devidamente demarcados e sete etnias no estado, sendo elas, Ka’apor, Guajá, Tenetehara, Timbira, Kanela, Krikati e Gamela.
Texto: estagiária Carolina Nascimento, com orientações da jornalista Mari Marconccine.
Fotos: Ascom/UEMASUL
Assessoria de Comunicação/UEMASUL
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